Caio Vinicus
Já não mais são dois, tornaram-se um. Desde o primeiro momento em que se entrelaçaram entre caricias e palavras de um arrebatador sentimento, seriam eles nobres amantes ou estariam sofrendo do intermitente mal do amor, já não ouvem as vozes do mundo e sentem-se ameaçados pelas sombras do passado, errados não estariam se não fossem seres de carne e osso e possuidores de um coração, visados por muitos permitem serem apanhados e momentos de tão súbita clareza que chegariam a não serem considerados como tão amantes.
Abriram mão dos prazeres da vida a um, e tornaram-se seguidores das balelas da vida a dois, contudo, aproveitando os momentos mais interessantes dessa nova vida. Símbolos de beleza e sentimento estariam se sacrificando e esquecendo-se de suas próprias vidas em prol da vida do outro? Respondo-lhes: Assim são os que amam.
Deixamos de lado o marasmo das noites de sexta em que ficamos com amigos bêbados até o clarear de um novo dia, quartas à noite quando somos dessecados em frente à TV, quando não temos coisas a fazer e nem por isso nos sentimos felizes por termos todo esse tempo livre, preferimos essa dedicação subserviente a uma única pessoa que é capaz de nos alegrar com aquela ligação ao fim da noite ou com simples bilhete deixado pela manhã antes de sair, tal ser é capaz de nos transformar, às vezes para quem nos ver somos seres inanimados, movidos por mãos que nos controlam, e que em nós, tal transformação passou do coração direto para nosso entendimento, queremos ser mais para o agrado, tentamos novas formas, buscamos a melhoria daquilo que éramos antes, um novo amor é sempre como uma nova descoberta, sua mente e seu corpo se abrem para novos sentidos e horizontes, deixamos de lado o que tanto nos pesava em busca de sermos aquilo que tentamos ser por muito tempo e não tínhamos o estimulo de vida que precisávamos, é nesse momento que os seres humanos mostram sua maior beleza, o dom do entendimento entre homem e mulher, num simples gesto traduzido num único verbo: AMAR.
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